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Guest Post Gustavo

Por que a moda precisa ajudar a combater o preconceito etário?

Entenda o que é o etarismo e como ele pode afetar a qualidade de vida das pessoas

Você já se pegou pensando que não podia fazer ou usar determinada coisa por conta da sua idade? É nesses pequenos processos de limitação que pode ocorrer o etarismo. O conceito nada mais é do que a ditadura do que é ou não aceitável de acordo com a idade.

Esse preconceito afeta em maior escala mulheres que passam dos 40 anos e que já não se sentem jovens para determinadas atividades. Mas quem impõe isso? Aliás, como combater pensamentos como esse e dizer que a idade não deveria ser motivo de segregação?

Um dos pontos que pode ajudar é entender a moda inclusiva e o poder que ela tem de quebrar estereótipos. Vamos entender um pouco mais sobre o assunto?

O que é o etarismo?

“Você não tem mais idade para isso”. Essa é uma frase que define bem o etarismo. Ele é caracterizado pelo preconceito, intolerância e até mesmo discriminação com pessoas mais velhas. Mas é sempre importante lembrar que “ser mais velho” pode não significar ter 80 anos. Algumas pessoas já sofrem com esse preconceito a partir dos 40.

Apesar de o etarismo ser um tema pouco discutido no Brasil, em países europeus e na América do Norte, o termo já abre discussões desde 1960. Inclusive, foi aí que surgiram algumas leis contra o preconceito de idade no ambiente de trabalho na Europa.

São discussões muito importantes porque esse tipo de discriminação está em todos os ambientes, desde o familiar, profissional e até mesmo social. Promover esse debate é importante, já que todos passaremos pela velhice e, com certeza, não queremos vivenciar nenhum tipo de preconceito assim.

Então, mais do que nunca, é hora de rever nossas falas, pensamentos e até ações. 

Quais os malefícios para a sociedade?

Perpetuar pensamentos do etarismo podem prejudicar a qualidade de vida de pessoas mais velhas e que se sentem ofendidas com tais falas. Impor o que alguém pode ou não fazer, vestir ou quais lugares frequentar afeta diretamente o bem-estar e a saúde mental. Como?

Bom, quem sofre preconceito etário pode se sentir incapaz de exercer determinadas atividades ou até mesmo acreditar que não é pertencente a um grupo. Com o passar do tempo, esses comportamentos preconceituosos são tão reforçados que se tornam comuns na vida dessas pessoas.

Ou seja, é uma ideia equivocada que vai chegando devagar e promovendo uma lavagem cerebral. Sem a devida consciência, pessoas mais velhas passam a se sentir inúteis, desenvolver baixa autoestima e sofrer prejuízos à saúde mental. 

O processo de envelhecimento é de aceitação e adaptação, mas não podemos reforçar que é uma fase de capacitismo.

Como a moda pode interferir nesse processo?

A moda entra nessa discussão com um poder muito forte. Isso porque a indústria fashion tem uma capacidade de influência, ditando o que é ou não bonito. 

Hoje, algumas marcas produzem coleções ageless. Esse é um termo revolucionário, que aponta que moda não tem idade e que defende que as pessoas não devem ser classificadas de acordo com a idade que tem. É uma forma de quebrar o estigma que a sociedade prega que a velhice é a aproximação do fim da beleza, da sensualidade e da autoestima. 

A juventude eterna não existe. Devemos viver e celebrar cada momento da nossa vida como único. Cada fase é uma, trazendo conhecimentos e experiências, devendo ser aproveitada ao máximo. 

Então, a pressão estética e etária deve dar lugar a movimentos que promovem a saúde física e mental, mas também o autocuidado. As ações, assim como a indústria da moda vem propondo, devem tapar as lacunas da insegurança e ansiedade e dar espaço à aceitação e ao apoio em cada fase da vida.

Vamos propor essa discussão para além deste texto? Convide amigos e familiares a refletirem sobre falas e ações. O diálogo é sempre um ótimo caminho para a mudança de atitudes.

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